Era a última viagem do ano, como de costume o maquinista passa próximo a sua casa antes da parada final do trem. Sua casa ficava alguns quilômetros de distância daquela passagem e em 15 minutos ela costumava voltar para sua família. Mesmo que nunca tivesse alguém na janela ele acenava.
Nevava muito, o trem lotado de pessoas, talvez umas duzentas. Estavam casais, crianças, jovens universitários bêbados, e no último vagão, criminosos sendo transferidos para um presídio de maior segurança. Pessoas de todos os tipos. Pessoas com todas as virtudes e falhas.
Neste dia ele acenou e não viu ninguém, mas sentiu um vulto. Como se alguém, em sua passagem tivesse corrido ao lado do trem.
Seguiu seu rumo, mas um pouco a frente, com a visão dificultada pela neve e a alta velocidade ele viu um ponto escuro no meio da neve. Segurando nos controles do trem ele espremeu os olhos e tentou identificar, já quase próximo, ele percebeu que era uma criança, e alguns segundos depois reconheceu seu filho, sentado nos trilhos.
Naquele momento ele só poderia tomar duas decisões, intencionalmente manipular os controles, fazendo o trem descarrilar e matar uma parte daquelas dezenas e dezenas de pessoas ou fechar os olhos e deixar o trem passar por cima de seu querido filho.
Todos os passageiros do trem chegaram ao seu destino, felizes, sem nem saber o que havia ocorrido durante o trajeto.
Nesta época muitas pessoas falam sobre o natal, amor e confraternização. Mas qual o real sentido de tudo isso?
Deus enviou seu filho ao mundo para salvá-lo. Todos nós pecamos e isso nos afastou de Deus em algum momento de nossas vidas, neste momento morremos espiritualmente, perdemos a vida eterna.
Mas Deus para nos religar, para nos unir novamente com ele, para nos dar a salvação e a vida eterna, enviou seu filho. Jesus nasceu, viveu e morreu para nos salvar, como o maquinista, Deus deixou seu filho levar e morrer por nossos pecados para termos acesso à salvação. Então se podemos dar um sentido ao natal, seja em qualquer época do ano, que seja esse. Que Deus nos amou tanto, a ponto de sacrificar seu próprio filho para nos ter com ele.